quarta-feira, 4 de agosto de 2010



Sentada no chão, as pernas cruzadas
Ela fita os papéis, palavras espalhadas
Um por um, vai recolhendo
Rio de lágrimas por cada tormento
A garota junta cada sentimento
Por mais que doa, precisa crescer

Só crianças demonstram o que
sentem o tempo todo

Levanta, então, a mulher
E veste a máscara da indiferença no rosto
Dentes trincados, queixo erguido
Assim lhe dizem que deveria ter sido
Adeus sorriso distraído
Adeus olhos transparentes
Se despeça das frases, dos carinhos

Às vezes é preciso dizer palavras duras
Às vezes é preciso rir com desprezo
As palavras que eu não saberia dizer
O desprezo que eu não saberia sentir

E um dia... ah! Um dia irá entender
Que o sentimento que se nega é o mais real
Que a verdade sempre vence todo o mal
Que há guerras que não deveriam ser travadas
Mas que tudo se resolve no final!

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