sexta-feira, 20 de agosto de 2010



Todo aquele espaço que tinha, se foi... e levou junto a dor, e levou junto a falta. 
Eu fiz aquela promessa e eu não esqueci por nenhum segundo. 
Eu duvidei, amaldiçoei, mas não a quebrei.
Tem um tempo pra cada um de nós, e o meu está logo ali. Eu quase posso tocá-lo, mas estou sem minhas asas. 
Depois de machucar meus pés nessas pedras, eu já sabia que era assim, mas eu precisava sentir a mim mesma de novo, para depois sim sentir você. 
Hoje eu vi que alguns dos meus maiores erros, eram acertos disfarçados. 
Quando a brisa me trouxer de volta de minhas recordações e ainda houver um par de olhos a me fitar em uma mistura de troça e curiosidade, pagarei minha promessa, com todo meu coração, de muito bom grado. 
Ahhh, a espera! 
Cada vez mais perto, o tempo não se conta em horas. Não se conta. Se vive!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010


Às vezes, quando você se encontra, é o exato momento onde eu me perco. 
E ninguém percebe quando uma palavra me atinge mais que um soco. 
Quando o tom que ela usa pra chamar meu nome me sufoca. 
Ela acha que é brincadeira, mas esse som ainda me faz sentir o calor. 
E depois o vazio. 
E não interessa onde meus pés andem, nada acaba com esse sentimento de não pertencer a lugar algum. 
Na verdade às vezes acho que estou no lugar de outra pessoa, mas eu não mereço esse carinho também? 
Não é meu esse riso, nem as piadas, nem teu jeito doce. 
É um empréstimo que eu não pedi, mas que não neguei. 
Quero algo meu de novo. 
Quero o brilho nos olhos, aquele brilho que eu via em você. 
Se apagou? 
Ou apenas eu não olhei mais? 
Porque eu viro o rosto e você me sente mesmo assim.

Há os momentos de perda.
Os momentos em que ainda sinto um rombo aqui.
Existe aquela vontade de qualquer coisa.
Qualquer suspiro.
Qualquer sussurro.
Que eu me esforçe para ouvir, que eu tente entender.
Aquela necessidade de saber apenas que ainda está ali...
Existe o sentimento de carinho...
Mas também de ódio, de saudade.
De indiferença, de injustiça.
De desepero, de paz...
Há ainda aqueles breves minutos
Nos quais eu ainda entro em meus contos de fada.
São os mais dolorosos.
A vida não é um conto de fadas.
Não é o clipe de uma música.
Nem uma novela ou filme...
E você não vai estar ali quando eu erguer meus olhos.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010



Sentada no chão, as pernas cruzadas
Ela fita os papéis, palavras espalhadas
Um por um, vai recolhendo
Rio de lágrimas por cada tormento
A garota junta cada sentimento
Por mais que doa, precisa crescer

Só crianças demonstram o que
sentem o tempo todo

Levanta, então, a mulher
E veste a máscara da indiferença no rosto
Dentes trincados, queixo erguido
Assim lhe dizem que deveria ter sido
Adeus sorriso distraído
Adeus olhos transparentes
Se despeça das frases, dos carinhos

Às vezes é preciso dizer palavras duras
Às vezes é preciso rir com desprezo
As palavras que eu não saberia dizer
O desprezo que eu não saberia sentir

E um dia... ah! Um dia irá entender
Que o sentimento que se nega é o mais real
Que a verdade sempre vence todo o mal
Que há guerras que não deveriam ser travadas
Mas que tudo se resolve no final!