quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011


Meu coração, disparado pelo esforço físico, parou abruptamente por segundos antes de voltar ao ritmo acelerado... não ouvi meu nome, ele não disse, mas aquele meio sorriso que antecedeu o ‘oooi’ fez com que eu me esquecesse de respirar. Ele tirou o fone de um dos ouvidos e eu estava certa de que isso significava que ele ia parar. Eu parei. Ele continuou no mesmo ritmo.
Eu ali parada.
Olhando.
Foram no máximo 5 segundos.
Esse foi o tempo que levou para acabar com todas as minhas esperanças, com todas as cenas que eu criei, com toda a expectativa... pra desmoronar a calma, o equilíbrio, que eu demorei semanas pra adquirir.
Eu não sabia mais se era só suor que escorria em minha face, ou se já eram lágrimas. Então eu sentei, ali no chão mesmo, e com a cabeça entre os joelhos eu chorei. Chorei como acreditava que jamais seria capaz chorar de novo. 
Pelo menos não por esse mesmo motivo.
Eu queria gritar, mas não tinha voz... senti raiva ao me dar conta do que tinha acabado de acontecer. Estava convencida de que esses sentimentos tinham me abandonado. 
De onde eles vieram? 
Onde estavam escondidos?
Aguardei algum tempo antes de retornar pelo mesmo caminho, para ter certeza de que ele já tivesse ido embora. Como se a vida estivesse achando uma enorme graça em debochar da minha dor, cruzo com ele novamente, como para que reafirmar a realidade do que eu senti.

5 comentários:

Vagna Vitório disse...

nossa...muito lindo
Parabéns,você escreve muito bem :(

Mao Punk disse...

Eu já havia lido esse seu texto, não sei se aqui mesmo no blog ou nas comunidades do orkut.

Senti nesse texto um tanto de sentimento agressivo.

Falar de paixões é algo que pode ser muito variável. Aqui percebi aquela paixão desordenada, auto-violenta, aquela que machuca e não traz quase riso algum. Quando traz, é um riso pouco, um riso monocromático naquele vermelho sangue.

Às vezes nos entregamos tanto às nossas expectativas que esquecemos de nos permitir sentir a realidade das coisas. E, acredite, há sim poesia na realidade das coisas.

Fora do sorriso monocromático vemos multicores até mesmo num azul distante que vem do céu.

Ter expectativa pode ser muito bom, mas apenas quando não é a única expectativa.

Uma expectativa sozinha equivale a abismos em conjunto.

Beijos!!

disse...

"Como se a vida estivesse achando uma enorme graça em debochar da minha dor, cruzo com ele novamente, como para que reafirmar a realidade do que eu senti."

E é justamente nesses momentos que a vida debocha da nossa dor, ao pensarmos que ela havia ido embora ou que conseguíamos comanda-la e então descobrimos que ela está ali, à espreita mais forte que nunca...é eu sei.

Anônimo disse...

Muito bom,parece que vc fecha a boca, descansa as mãos e deixa o coração agir por si só. :)

Fantástica Astronauta :) disse...

adoooorei o textooo e o blog, sucessão pra ti *-*