Quando a gente acha que nada pode ficar pior: pode sim! Às
vezes estamos certos de que conseguiremos suportar as coisas só até certo ponto e nos surpreendemos quando esse momento chega
e ainda estamos em pé, ou sentada,
encolhida, abraçando os joelhos e tentando descobrir quanto de líquido
nosso corpo é capaz de expelir pelos olhos. Mas ainda estamos vivas e, pasmem:
o mundo continua girando, os vizinhos continuam descendo as escadas, ou rindo
na sacada enquanto fazem um churrasco e o cachorro na casa da frente continua
latindo como se nada tivesse acontecido. Um tombo após o outro e você começa a
se perguntar se aquela menina tomou veneno por coragem ou covardia, afinal...
Acredito que todos temos um limite, uma linha tênue que divide o suportável do
insuportável, do insanamente doloroso, do que faz qualquer fim parecer mais
tentador. A gente tenta se preparar pra tudo, mas tem certas coisas pras quais não
estaremos preparadas nem se passarmos por um intensivo de uma vida toda de
relacionamentos com pessoas, as mais diversas possíveis. Fizemos uma lista de atitude que esperamos,
mas há sempre aquela que a gente nem cogita, e é a única coisa que acontece.
Sem avisos. Sem aquela coisa de ‘eu sabia’. Eu sabia, mas negava intimamente a
mínima possibilidade. Me preparei para tudo, menos para isso. Passei a vida
inteira me preparando para os mais diversos acontecimentos, só não me preparei
para a coisa mais na cara: não estar preparada!
domingo, 18 de maio de 2014
quarta-feira, 7 de maio de 2014
Eu ia começar com ‘engraçado como a vida é’, mas então me
dei conta de que, no contexto do que vou dizer (e acredito que possa servir pra
todo o resto também), não é a ‘vida’ que é ‘engraçada’, são as pessoas! Lemos todo
dia frases como ‘a vida me sensinou... ‘... vida, vida, vida! Tantas vezes essa
palavra repetida, que no fim já nem sei mais seu sentido. O que sei é que a ‘vida’
não ensinou nada. Não se engane: o que nos ensinou algo foram as pessoas. Dizemos
que nos ensinam as experiências vividas em determinados lugares e com
determinadas coisas. Mas, no fim, é tudo sobre pessoas. Se você parar para
pensar, por um segundo, se dará conta do que estou falando.
Mas, o que eu queria dizer mesmo, é como são engraçadas as
pessoas: entram em nossas vidas, freqüentam nossa casa, dividem vários
momentos, risos, porres, nossa amizade e alguns segredos, criam vínculos (pelo
menos é o que a gente acredita) e, de repente, passam a agir como se nada
tivesse acontecido entre vocês. Como se fossem meros conhecidos de um ‘oi’
quando se encontram por aí. Pessoas (e não a vida) nos trazem pessoas, mas também
levam pessoas, sem motivo algum. Pessoas não deveriam permanecer ou se afastar ou
por causa de outros, mas sim por causa da gente. Não me importo quando os
interesses mudam e há aquele afastamento natural de quem tem planos e
cotidianos diferentes. Mas me sinto bem magoada com essa gente que ‘fica’ ou ‘vai’,
dependendo do que houver com os outros. Como disse, a vida não tem nada a ver
com isso também, não afasta ninguém! São as pessoas que se deixam afastar, são
afastadas ou se afastam por vontade (ou falta de vontade) própria.
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