terça-feira, 27 de abril de 2010


Pressão. A panela explodiu
Atingiu o céu e despencou
Eu não sinto mais nada
Eu não quero mais nada
Não sei por o que eu vivo
Mas eu quero tudo
E se já tenho demais
Quero perder tudo
Para ter tudo de novo
Admiração, respeito ou sei lá o quê
Aquela luz que via, que havia
Me fez bem. Me faz mal
Eu pus um ponto mas ele borrou
Droga! Agora é vírgula
Vejo a mancha de lama
Sou um espelho pra você
Você também vê. Só em mim você vê
Mas, desculpe
É o seu rosto sujo, garoto. Não o meu.

segunda-feira, 26 de abril de 2010


A roda vai girando e eu não consigo encerrar este ciclo
Tudo começa de novo e de novo e de novo...
Sempre que estou para sair deste padrão
Alguma engrenagem se encaixa e a roda não cai para fora
Continua ali, girando ao redor de um mesmo centro
É involuntário quando os ponteiros do relógio começam a andar para trás
Parece que sempre marca a mesma hora mas o tempo está correndo
É o meu ciclo que reinica no mesmo momento!

quinta-feira, 22 de abril de 2010


Nós mergulhamos em águas profundas
Mas era tão límpido quando o sol se punha!
Você me mostrava todos os lugares
Você se feriu para me salvar
E eu me feri para te curar
No fim cada um fez seu pacto com sangue
Ainda conseguimos rir um com o outro
E quando olho pra frente 
Você prefere deixar pra lá...

Não te ver sorrir de volta ao nos olharmos está me consumindo
E seus olhos não me contam mais segredos
Fico esperando o momento de nossos braços se abraçarem mas ele não chega
O rélógio está sem corda, mas se isso te faz feliz me esqueça
As vezes sonho que abro este diário para você
Mas que você sempre pôde ver em meus olhos
Tudo o que eu mal tentei escrever...
E que se um dia puder me perdoar você ainda saberá onde me encontrar
O sentimento em nós não morreu, você sabe que faz parte de mim
E quando olho para o lado o lugar que foi seu está vazio
No meu jogo não existem peças extras...

terça-feira, 20 de abril de 2010



De onde vem a crueldade das pessoas? Da alma? Do coração?
Será que está em cada um desde o nascimento, ou se adquire no decorrer da vida?
É hereditária, influenciável? CONTAGIOSA?
Existe crueldade culposa, ou sempre será dolosa?
Não me conformo com perguntas sem respostas, talvez se as pessoas questionassem mais, se IMPORTASSEM mais, as coisas não precisariam ser sempre assim...
Os conflitos seriam resolvidos mais facilmente.
Não, não quero dizer que todos os conflitos devem ter um fim, até porque a alma de ninguém se contenta com água parada...
Maldade é você machucar intencionalmente... crueldade é você gostar do que fez, se regozijar com isso!
Só porque sua dor é bastante, e você não suporta admiti-la, não quer dizer que outras pessoas precisem senti-la também.
Tem pessoas com síndrome de ser ‘Deus’. Algumas apenas pensam que sabem o que você pensa, o que você espera da vida... outras acreditam que podem manipular seus sentimentos, seus atos, suas vontades... e, se você vacilar por um segundo, elas conseguem!


Nota: o trem anda nos trilhos (óbvio!!), mas mesmo que você esteja num vagão sozinho, você está indo para o mesmo lugar que eu!

sábado, 17 de abril de 2010


Eu pintei minhas unhas de vermelho vivo.
Eu arranquei minhas unhas e roí meus dedos até meus pulsos sangrarem.
Existem pessoas que batem com a cabeça contra a parede para tentar colocar as idéias em ordem. Elas só bagunçam mais.
Sei por experiência própria que existem vermes rastejando sob nossa pele, nos fazendo lembrar de tudo aquilo que não podemos ser. Eles fazem nosso corpo coçar e queimar mais quando existe alguém que o é...
Algumas pessoas não suportam a própria infelicidade e criam feridas nos outros. E põem sal nessas chagas. E tentam costurá-las, cauterizá-las sem anestesia... e ainda esperam que elas não se importem. Não notem sua presença!
Veja bem, seja sincero: ninguém vive por si mesmo. Você sempre sabe que não é ninguém...

sexta-feira, 16 de abril de 2010


Eu joguei aquela xícara contra a parede
Eu joguei meu coração, minha alma
Eu vi os cacos espalhados pelo chão
A mancha de café
E eu não me importei
Eu gritei para não chorar
Eu fui embora e deixei tudo lá
E foi mais real do que todas as coisas
Que eu vivi até hoje
A lei da inércia: vi tudo se movendo
Mas eu continuo parada
Meus dedos envolvem a porcelana fria
Eu miro o exato lugar
O carpete ainda está limpo
Mas deixo a minha mente vagar...
Ele distorceu todas as coisas
Achou que entendia mais do que eu
E se eu quebrar as regras?
Vou pôr tudo em prova
Começar do jeito errado
E ver o que pode acontecer!

quinta-feira, 15 de abril de 2010


Um nome. Você não passa disso.
Um nome. Seu rosto está se apagando.
Aos poucos sua voz, seu olhar, vão sumindo, eu preciso me esforçar para ouvir você sorrindo.
Como um filme, vai passando. Mas com cenas censuradas.
E eu já nem lebro qual parte está faltando!!!
O que você dizia mesmo... ?
Eu entro em desespero tentando resgatar para mim em cores vivas, mas agora as partículas brilhantes já se foram embora.
E é tão doloroso, tão absurdo não conseguir mais montar o quadro completo...
Às vezes acho que a deficiência é minha, mas sua ausência não é tão marcante assim todos os dias.
Afinal, se eu for sincera comigo mesma, você jamais fez parte disso. Nunca esteve realmente presente.
Foi parte de mim que eu achava que tinha.
Mas hoje não encontro mais.
(Pedaço arrancado? Amputado?)
O que eu tenho hoje é aquilo que eu posso ver. É aquilo que posso sentir, tocar.
Um nome. Apenas isso.
... E partes confusas de algum sentimento!

sexta-feira, 9 de abril de 2010



Eu sou a luz de mil fogos, eu sou presença, alma e sentimento, eu sou minhas lágrimas e meu sorriso.
Eu sou o rugir do trovão, o grito desesperado no meio da noite...
Então venha, dor!
Estraçalha meu peito, dilacera minha alma... eu te dou as boas vindas!
Me atinge em cheio, inunda meus pensamentos, me põe a arder!
O silêncio, a apatia, não fazem parte de mim, eu preciso preencher esse vazio... aos berros, aos prantos, em vã tentativa...
Então venha, dor!
Aguça meus sentidos, turva minha visão, curva meu corpo em ânsia, me faz sentir VIVA de novo!!!

quarta-feira, 7 de abril de 2010


Mais uma vez eu sinto que meu mundo caiu,
que não vou levantar, que não adianta mais sonhar.
Por mais uma vez eu sei que tudo isso irá passar,
que é só  mais um dia pra chorar, um motivo a menos pra sorrir.
Não sei quanto ainda vou ter que esperar...
Quanta coisa há de vir... 
Tanta coisa há pra falar...
Mais uma vez existe um motivo pra partir, só um momento pra existir,
nenhuma palavra,
nenhum gesto pra me fazer desistir de ver o que será daqui pra frente
Quantas vezes ainda ouvirei você...

quinta-feira, 1 de abril de 2010

"... e eu sempre preferi ser obrigada a ter que decidir por mim mesma, assim é mais fácil culpar os outros por aquilo que não deu certo... sou humana e mesmo que eu cometa erros mais bizarros que o normal, é bom saber que NÃO SOU normal... então quando o sol nascer de novo, prefiro que você não esteja mais ali, tenha levado tudo o que trouxe em sua bagagem, e que se tiver que arrancar um pedaço de mim, para ter TUDO de volta, então que arranque, desde que EU não tenha que te pedir para partir, porque eu me regenero mais fácil na raiva que na dor... e depois, quando o sol chegar no meio do céu, talvez eu já tenha me convencido que foi só um pesadelo: pesadelos estragam no máximo nosso dia, mas não fazem parte do resto de nossas vidas... (como os sonhos)...