Você foi adicionando cada sentimento, cada palavra, cada gesto... às vezes uma peça desequilibrava e você ia lá e ajustava, e construía mais um pouco em cima, pra ficar bem firme. Você finalizou o castelo com aquela frase que eu implorei pra não ouvir... mas era um castelo de cartas, sabe? Se soprasse um vento, ruía tudo. E veio um furacão. E agora está tudo ali, jogado. As cartas são as mesmas mas é uma confusão de coisas que não formam figura nenhuma mais. Não sei se junto tudo e guardo para o próximo jogador, ou se deixo você tentar formar um outro modelo. Eu levei muito tempo esperando e admirando enquanto você refazia as partes frágeis, pra chegar tão perto do céu e aí, com um suspiro, tudo desmoronar.
quinta-feira, 9 de junho de 2022
quarta-feira, 20 de outubro de 2021
Mais uma vez a ansiedade toma conta de mim, e eu não consigo controlar esse caos que me impede de acreditar que um dia as coisas darão certo. Quando a felicidade vem nessa onda gigante o medo faz uma sombra sobre tudo que eu acreditei, e aí eu vejo os detalhes, eu noto as divergências... e eu percebo que algo não está certo, sem saber se é intuição ou mania... a partir daí, vai desmoronando um por um os castelos, se sobrar algum pedaço eu vou tropeçar e cair, e levar junto comigo qualquer possibilidade de ver o sol que estava brilhando até a pouco. E fica o estranhamento. Eu não sei mais onde termina a liberdade que a gente tinha, a conversa leve, o riso, e onde começa a dúvida, a desconfiança, a cobrança. As incertezas se misturam com o pesadelo e eu já perco a noção da realidade. Como saber o que é intuição ou apenas fruto do desespero por pensar em passar por todas aquelas coisas novamente? Quando eu estava em pleno controle de mim mesma, você apareceu e roubou o leme, com seus planos e a forma que o som da tua voz me abraça e tira meus pés do chão, você fala com a convicção de para quem nada é impossível. Me envolveu de uma maneira que eu não pude mais enxergar os detalhes. É tanto eu, é tanto nós. E então bastou alguns segundos em que você soltou minha mão, para eu começar a procurar as falhas, pois é impossível que esteja tudo bem, tudo tão perfeito esse tempo todo. Eu exagero. Nas expectativas e nas decepções.
segunda-feira, 6 de janeiro de 2020
Estou indo embora e por isso precisava te dizer que eu te amo tanto que nem sei... e que desejo que você encontre alguém que seja parceira e de riso fácil como eu fui, que respeite teus horários e rotina como eu pude fazer. A gente teria dado muito certo se você tivesse se permitido... espero que você possa, dessa vez então, deixar ela te amar. E que ela te ame como eu amo, tanto assim. E, acima de tudo, que você possa amar também! Não to te falando pra casar e ter filhos, mas ninguém merece deixar essa vida sem esperar aquela mensagem de bom dia. Queria que, ao menos uma vez, você pudesse sorrir por dentro ao ver uma foto de vocês juntos. Que tu sentisse esse calor no peito quando aparecesse certo nome na notificação na tela do celular... ninguém merece passar a vida sem sentir esse aperto bom no peito ao ver alguém e pensar “como posso amar tanto esse ser?”, tanto que nem sei... se permita viver um amor correspondido ao menos uma vez. Acordar com alguém do teu lado e agradecer aos céus por te permitir estar ali. E não vou te dizer que a pessoa vai ser linda dormindo. Talvez ela ronque, babe, mas uma paz tão grande te envolve que você não vai querer acordar a pessoa. Talvez você possa deixar um bilhete no espelho pra ela, fazer um cartão com fotos de vocês no aniversário. E talvez ela te mande um textão mas você consiga ler cada palavra com o coração aberto! E eu nem espero que dure uma vida ou alguns anos, apenas que seja intenso, sabe? Te desejo amor, que você se deixe cuidar, mimar... que se permita receber todo carinho do mundo! Que você viva isso de coração e, quando acabar, você não a prenda... apenas guarde tudo de bom e deixa a vida seguir! Porque é assim que eu te amo.
quarta-feira, 26 de setembro de 2018
E como faz quando eu sou barulho mas ele é silêncio? Como faz se cada vez que eu me abro ele se fecha mais? Eu com todo esse calor emanando, envolvendo, e ele com medo de se queimar. Ele é noite e eu sou dia. Eu sou presa e ele armadilha. E eu caí... pensa se eu quis fugir? Eu sou esse turbilhão de pensamentos e sentimentos... eu sou essa interrogação e ele não me da as respostas. Eu engulo as palavras e quase me afogo pra que ele possa respirar tranquilo, será que eu perdi meu juízo? Meu corpo inteiro gritando e eu tentando achar dentro de mim a paz que ele precisa. Essa mesma paz que ele me traz quando me abraça, e então esse barulho todo simplesmente se acomoda, se aconchega e silencia...
quinta-feira, 7 de dezembro de 2017
Lendo sobre uma menina que está terminando a temporada dela em Malta, eu comecei a lembrar da minha partida... eu tenho um sentimento de perda inexplicável e é essa minha memória mais vívida de lá! Sabe aquela história que começa assim: “me lembro como se fosse ontem”? Pois é, eu não! Eu lembro como se fizesse um século, como se fosse em outra vida... lembro como lembro de um sonho quando acordo no dia seguinte, na minha cama, atrasada pra ir trabalhar... lembro das sensações: imensa alegria, coragem, liberdade insana, ansiedade beirando o desespero e uma sensação indescritível de saudade e perda! Eu não me lembro como se fosse ontem! As vezes me vem o cheiro do mar e o barulho das pouquíssimas ondas batendo nas rochas, do calor do sol queimando a pele, da cor calcária de tudo, das casas, calçadas, ruas, praias... mas eu não lembro como se fosse ontem, não consigo reconstruir em cores vívidas aqueles 2 meses! Eu luto com minha memória pra montar um quadro perfeito, mas são apenas pedaços de riso, do gosto do sal, do inglês de múltiplos acentos... e a dor aqui no peito, a saudade e a perda, aquela sensação de que talvez eu nem estive em todos aqueles lugares, essas ficam, tomam conta, me fazem questionar sobre a realidade desses 2 meses... e então eu preciso me agarrar às pessoas que encontrei, às fotos e às pequenas coisinhas que trouxe como recordação, para ter certeza que não estou enlouquecendo, que foi real, que eu pisei em todos aqueles países, que viajei um pouquinho por esse mundão!
sábado, 29 de julho de 2017
Hoje foi a despedida da minha melhor amiga! Está seguindo viagem depois de Malta e eu continuo aqui mais 4 semanas. Não é como se fosse um "até breve", já que nos encontramos no caminho! Porém, quando comecei tudo isso, esperava que fosse apenas uma boa companhia pra algumas aventuras. Mas foi mais. Vi vários relatos de pessoas dizendo que, no intercâmbio, tudo é mais intenso, os laços feitos são mais fortes, porque a gente se agarra às pessoas com quem temos afinidade, pois aqui fora é tudo que temos. Já conheci pessoas que pensei que jamais veria novamente e por algum motivo mantive contato... se passaram 4 e depois mais 4 anos e o impensável aconteceu: a oportunidade de um reencontro! E foi ótimo! Mas hoje, como tudo mais, essas coisas são apenas lembranças que vão se perdendo e algumas fotos pra afirmar que realmente aconteceram. Lembranças de algum riso, de sensações, de algumas imagens... e assim a gente joga novamente com a improbabilidade do reencontro e a dificuldade de manter o contato por mais 4 ou 8 anos. Porque temos nossas vidas, nossas prioridades, empregos, amigos, familia, amores... e isso tudo brigando para ocupar a primeira posição na nossa rotina. E aí aquele sonho vai ficando pra trás, a gente fica de marcar de encontrar essas pessoas que fizeram uma diferença tão grande na nossa vida, mas a vida é tão corrida que a gente vai deixando pro fim do mês, pro fim do ano...
Hoje é um dia triste pra mim! Porque estou aqui longe de casa. Ouço de 3 a 5 idiomas diferentes por dia e, mesmo quando ouço meu português, não é a mesma coisa que ouvir a voz de quem nos faz sentir parte de alguma coisa! E aí você perde isso. Já sabíamos que a íamos começar a jornada juntas, mas que depois cada uma seguiria seu rumo... mas, até então, parecia algo distante e surreal! Não imaginei que me sentiria tão sozinha... tão "estrangeira" nesse lugar! Foram 4 semanas que valeram por uma vida!
quarta-feira, 5 de abril de 2017
Está chovendo... o céu está fechado, carregado de uma
maneira que fica difícil acreditar que já existiu sol. A chuva me deprime. Me
deprime ficar engasgada de coisas e então elas não saírem quando eu tento
falar. Me deprime engolir de volta o nó que sobe pela garganta.
O barulho da chuva é tão forte que ninguém escuta o que eu
tenho a dizer? Eu tenho culpa! Eu assumo que tenho culpa! Eu assumo que estou
nessa gangorra entre o arrependimento e o conformismo! Várias e várias vezes eu
preciso desviar meu pensamento dessa vontade louca de sair correndo e voltar para
o conforto, para o comodismo, praquela certeza insana de todos os dias iguais
de novo e de novo e de novo.
Me assusta... os trovões me assustam porque não sei em qual
momento vou acordar! Eu posso acordar ali atrás e então dar graças aos céus,
aliviada por ter sido apenas um sonho... ou posso despertar suspensa num mar de
inquietações e pavor!
Eu estou, sim, apavorada. Não sou o ‘eu’ que eu conheço e
não há ninguém para me trazer de volta quando tudo perde o sentido... fico
perdida apenas ouvindo esse zunido dentro da minha cabeça. Fecho os olhos com
força e fico rezando para que vá embora e traga o sol de volta para amenizar
essa escuridão.
domingo, 12 de março de 2017
Enquanto essa sou eu, está tudo bem! Eu ainda estou ouvindo
o que você está falando, e sei mais ainda o que você está tentando dizer sobre
você, mas eu não queria saber, eu não quero mais ser a pessoa que escuta, e diz
as palavras certas, e fica tentando encontrar a solução pra o que você precisa.
Eu não quero ficar preocupada se você está bem enquanto penso se vai chegar
minha vez de falar. E eu também não quero te contar o que passa aqui, não quero
vomitar essas palavras pra não sujar o teu tapete bonito... eu sou aquela que
ri, que faz uma piada pra ti se sentir melhor, eu sou a companhia agradável que
não traz problemas, não te constrange tentando achar uma palavra pra me dizer,
porque eu já disse tudo... na verdade eu não disse nada, nada do que eu queria,
nada do que eu sentia... eu ri, sorri, fiz cara de paisagem... eu estive
contando os minutos e olhando a parede atrás de você, pensando no sorvete
preferido e no quanto me irrita ser quem eu sou. Eu não sou essa pessoa que
você vê e não te desperta sentimento algum, além daquela vontade enorme de
falar de si mesmo pra alguém que não te interrompe pra pedir um café. Eu sou a
pessoa que tenta te dizer com os olhos que há muito mais que você não consegue
ver. E eu não vou te mostrar, eu não vou falar de mim. Eu vou manter a minha
vida perfeitamente monótona e igual a de muita gente que você não conhece,
porque é mais interessante assim. Você não quer saber de onde eu vim quando
cheguei com um sorriso no rosto, eu sou só essa luz... quando estou meio
nublada você não vê pois não vai te iluminar! Eu sou leve. Eu sou sorriso. Eu
sou a rocha que o mar engoliu!
quinta-feira, 9 de março de 2017
Quando vc se sente imensamente feliz por uma eternidade que
pareceu durar um segundo apenas e você simplesmente não consegue romper os
laços com as coisas que não te fazem mais o bem que deveriam fazer.
Quando tem uma imensidão azul na frente e você deixa esperando
na porta, você não abre a porta, porque não abre a porta? Olhar através do vidro
pode não mostrar tudo aquilo que você quer ver... e se as cores forem mais
bonitas do lado de fora? E se ventar e o sol bater gostoso no rosto? E se a
chuva tiver um gosto bom e o cinza das nuvens não for tão escuro assim?
O que te impede de saltar a janela é o mesmo que te faz
pensar que manter os pés no chão é mais seguro! O mais seguro é voar! E se os pensamentos
se perderem e não encontrarem mais o caminho de volta? E se eu deixar as coisas
apenas serem o que elas são, as flores ainda são flores e eu posso enfeitá-las
com glitter, eu posso voltar 7 anos e tudo parecer diferente sendo exatamente
como elas foram há 6, 5, 4... enquanto eu me manter segura do lado de dentro, o
barulho das ondas ao longe continuarão me confortando, uma explosão entusiasta não
faz parte das coisas bonitinhas que eu vejo daqui desse lado!
E se nada existe para ser só um bocado do que é?
quinta-feira, 7 de agosto de 2014
Algumas músicas me trazem à memória uma outra época... O olhar perdido pela janela. Pensamento longe. Uma tristeza alegre. Lembra uma certeza! Um tempo em que eu sabia como as coisas aconteceriam. Em
que amar era fácil. Me sentir em paz era tão natural... E enquanto o ônibus
sacolejava pelas paisagens cinza das manhãs de inverno, eu simplesmente sabia,
sabia...
domingo, 18 de maio de 2014
Quando a gente acha que nada pode ficar pior: pode sim! Às
vezes estamos certos de que conseguiremos suportar as coisas só até certo ponto e nos surpreendemos quando esse momento chega
e ainda estamos em pé, ou sentada,
encolhida, abraçando os joelhos e tentando descobrir quanto de líquido
nosso corpo é capaz de expelir pelos olhos. Mas ainda estamos vivas e, pasmem:
o mundo continua girando, os vizinhos continuam descendo as escadas, ou rindo
na sacada enquanto fazem um churrasco e o cachorro na casa da frente continua
latindo como se nada tivesse acontecido. Um tombo após o outro e você começa a
se perguntar se aquela menina tomou veneno por coragem ou covardia, afinal...
Acredito que todos temos um limite, uma linha tênue que divide o suportável do
insuportável, do insanamente doloroso, do que faz qualquer fim parecer mais
tentador. A gente tenta se preparar pra tudo, mas tem certas coisas pras quais não
estaremos preparadas nem se passarmos por um intensivo de uma vida toda de
relacionamentos com pessoas, as mais diversas possíveis. Fizemos uma lista de atitude que esperamos,
mas há sempre aquela que a gente nem cogita, e é a única coisa que acontece.
Sem avisos. Sem aquela coisa de ‘eu sabia’. Eu sabia, mas negava intimamente a
mínima possibilidade. Me preparei para tudo, menos para isso. Passei a vida
inteira me preparando para os mais diversos acontecimentos, só não me preparei
para a coisa mais na cara: não estar preparada!
quarta-feira, 7 de maio de 2014
Eu ia começar com ‘engraçado como a vida é’, mas então me
dei conta de que, no contexto do que vou dizer (e acredito que possa servir pra
todo o resto também), não é a ‘vida’ que é ‘engraçada’, são as pessoas! Lemos todo
dia frases como ‘a vida me sensinou... ‘... vida, vida, vida! Tantas vezes essa
palavra repetida, que no fim já nem sei mais seu sentido. O que sei é que a ‘vida’
não ensinou nada. Não se engane: o que nos ensinou algo foram as pessoas. Dizemos
que nos ensinam as experiências vividas em determinados lugares e com
determinadas coisas. Mas, no fim, é tudo sobre pessoas. Se você parar para
pensar, por um segundo, se dará conta do que estou falando.
Mas, o que eu queria dizer mesmo, é como são engraçadas as
pessoas: entram em nossas vidas, freqüentam nossa casa, dividem vários
momentos, risos, porres, nossa amizade e alguns segredos, criam vínculos (pelo
menos é o que a gente acredita) e, de repente, passam a agir como se nada
tivesse acontecido entre vocês. Como se fossem meros conhecidos de um ‘oi’
quando se encontram por aí. Pessoas (e não a vida) nos trazem pessoas, mas também
levam pessoas, sem motivo algum. Pessoas não deveriam permanecer ou se afastar ou
por causa de outros, mas sim por causa da gente. Não me importo quando os
interesses mudam e há aquele afastamento natural de quem tem planos e
cotidianos diferentes. Mas me sinto bem magoada com essa gente que ‘fica’ ou ‘vai’,
dependendo do que houver com os outros. Como disse, a vida não tem nada a ver
com isso também, não afasta ninguém! São as pessoas que se deixam afastar, são
afastadas ou se afastam por vontade (ou falta de vontade) própria.
quarta-feira, 5 de março de 2014
Fico aqui imaginando se você sente minha falta, e se a sente
do mesmo modo que eu sinto a tua. Se minha lembrança vem até você nas pequenas coisas
rotineiras, como quando você vê ou ouve algo e quer compartilhar com alguém... se olha para o celular várias vezes ao dia, e
ao notar uma mensagem ou ligação, espera que seja minha... queria saber se
sente minha falta na hora de dormir, se tem lapsos esperando que eu entre no
quarto para saber que é hora de levantar, se alguma vez já esqueceu que não
precisava mais e quase veio me buscar... se teu peito aperta quando lembra de
algo que gostava em mim, se teus olhos marejam quando para pra pensar, se
procura ao redor quando acha que ouviu minha voz, ou se o coração dispara
quando vê alguém parecida na rua. Me perco em pensamentos imaginando seu
arrependimento e criando mil cenas diferentes de você voltando.
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
Eu toco o travesseiro e sei a distância que minha mão
precisa percorrer para te tocar...
Sei qual vai ser a temperatura da tua pele...
Sei exatamente qual vai ser teu cheiro se eu me aproximar, e
parece que já posso senti-lo...
Sei que posso esticar minha perna para nossos pés ficarem
juntos, mas que se eu mexer vai te fazer cócegas...
Sei que não consegue dormir juntinho, mas que às vezes vai
me abraçar durante o sono, e nem lembrar no dia seguinte.
E que, se estiver chateado comigo, vai lembrar e me soltar,
como se seu não soubesse que você acabou esquecendo de todas as desavenças
enquanto dormia...
O que eu esqueço de lembrar é que seu lado da cama está
vazio essa noite, e me pego estranhando quando toco o tecido frio no lugar que
era teu...
Quando não esbarro em nada ao me virar durante o sono, acabo
acordando, pois meu corpo não está acostumado com esse vazio no teu lugar...
Meu subconsciente recria o calor da tua pele, mas ele não
consegue mais aquecer...
Toda essa falta, cada ínfimo detalhe, vai doer bem mais
quando eu acordar.
sábado, 22 de fevereiro de 2014
E a mesa posta estava tão bonita... mas beleza não é
suficiente para as coisas terem gosto quando você tem que comer sozinha. Você
fita o prato, pois não há ninguém para olhar no outro lado da mesa... não há
você prestando atenção na TV ao invés de se ater às coisas que eu falo...e pode
ter sido importante ou não, se pensar que falar com as paredes hoje pode ter o
mesmo efeito. Mas o silêncio da tua falta é absurdo, mesmo que eu ligue o som e
aumente o volume até os vizinhos reclamarem. Tua presença era gritante. E o teu
silêncio, por vezes, ensurdecedor... mas tudo tinha algum tempero. Agora esse prato parece sem sal. E tua
ausência parece um vácuo assonoro, pesado demais para que eu não tenha uma
indigestão. A mesa estava tão bonita e a comida continuava esfriando. Fitava o
prato. E o vácuo. E o teu lugar à mesa. Eu me sentia cheia, mas ainda assim eu
me sentia faminta. Faminta de amor.
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
Papel e caneta na mão:
eu paro e fito a folha em branco
Onde foi que eu me perdi?
Quando isso aconteceu?
Algum, ou muito, tempo atrás
(já nem sei mais)
automaticamente minhas mãos
desenhavam palavras, frases e textos
E, agora, nem consigo encontrar
o termo certo para começar
Eu me perdi...
Eu perdi o dom dessa coisa sincera
que me rendia elogios
Ou será que ainda o tenho?
Entranhado, esquecido, relegado
em algum lugar dentro de mim,
do que me tornei
(ou sempre fui?)
Quero isso de volta
Que me tirem tudo
mas me deixem aquela capacidade
de puxar o ponto do fio
que forma esse nó na minha garganta
e ir desmanchando
enquanto vou enrolando
marcando as linhas aqui no papel
Quero de volta a capacidade
de transformar essas coisas ruins de sentir
em coisas bonitas para ler
Tenho medo de que a pessoa fria
que por vezes eu tentei ser
tenha me feito perder o jeito de escrever
Há anos eu me desmonto
me desdobro e me junto
pelas linhas de algum caderno qualquer
e tenho que isso me faz inteira
mais forte para o que vier...
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
Alguém que me faça carinho
ao invés de me fazer chorar,
Que
me peça em casamento,
no lugar de me pedir pra ir embora,
Que
me chame de linda
ao invés de me chamar de mentirosa
Que
me proteja, no lugar de me julgar
Alguém que só brinque de brigar
Que
seja o mais sincero ao me amar
Que ache uma graça os meus defeitos
Que
ria com os meus medos
e seja humilde quando errar
Alguém que me abrace:
‘vai passar, tudo isso vai passar’
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
As
palavras simplesmente jorram e eu não tenho controle sobre elas... do
contrário é como se eu fosse sufocar quando as coisas ficam presas em mim. Eu
preciso de alguém para contar os meus segredos! Até que eles sejam externados é como se não existissem, e eles são reais... assim como os medos, alguém
precisa saber que eu os tenho.
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Elas
têm mãos bonitas, ou olhos doces, ou sorrisos com covinhas...
O cabelo sempre
impecável, pele perfeita, corpo irretocável
E de repente eu
pareça simpática se olhar melhor
Ou até bonita
quando me arrumo
Eu tenho um
mistério... que logo some
Mas não tenho o
brilho, não sou meiga
Eu me atrapalho,
falo demais, falo alto
Desço do salto,
desequilibro, perco o tato
Eu sou insegura
e não essa figura que faz quando me vê
Tenho medos,
muitos anseios e alguns segredos
Não faço parte
das beldades
Todas essas princesas
talvez sejam de verdade
Mas eu sou só
mais uma figurante apagada
No teatro da
vida dessa gente importante
Não me destaco,
não faço foco
Tenho todos esses
milhares de defeitos gritantes
Se você se der o
trabalho de me conhecer
Já lhe adianto
que não sou uma delas
E, mesmo que me
esforce, jamais virei a ser...
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
Sentindo a brisa ligeira
Incomum nesses dias
Lembro-me do vento Leste
O frio e cortante vento contra meu rosto
Levando meus pensamentos muito longe
Através do inverno frio
Com seu ar sombrio encantador
Farfalhando as árvores quase em vida
Às mais cálidas horas da noite
Onde eu sentada esperava
Que minha mágica se expandisse
O vento que trouxe paz ao meu espírito
E calidez à minha alma
O mesmo vento que levou meus sussurros
E me trouxe você
E hoje a esta mesma brisa
Trazida de tempos distantes
Por idéias remotas
Em um tempo nada casual
Peço que indique sua presença
Através da alma minha que viaja
Que busca e espera
Mais uma vez junto ao frio
Uma noite especial como aquela
quinta-feira, 21 de junho de 2012
E eu fico aqui esperando as horas passarem
para que eu possa
dormir e então acordar...
pensando que amanhã um novo dia virá!
E sempre vem...
um novo dia inteiramente igual ao anterior
e ao anterior e
ao anterior.
Me sinto tão cansada,
tão inútil e
esquecida nessa sucessão de horas
e a cada amanhecer eu tenho mais certeza
de que vai ser
sempre igual.
E tenho a impressão de que o meu tempo já passou
e continuo aqui só para completar um ciclo
sem significado
algum
Eu já devia ter ido...
eu já devia ter
ido...
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Eu quero você, e quero agora!
Como se faz?
Não é como se fosse
Só você atravessar a rua
E me tomar nos braços.
Eu trago outra época à mente
Para frear idéias absurdas
Fico me policiando
Para não pensar em você
Tentando me convencer
A não te querer.
Estamos tão distantes quanto perto:
Anos Luz nos separa
E há esse fio que nos une
Que nos traz sempre de volta
Para o mesmo lugar.
Alguém deveria me impedir
De destruir o que eu mesma criei
Sejam laços ou muros
(mais muros que laços)
Eu quero você do lado de cá da porta
Do lado de cá da cama
Do lado de cá de mim!
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Queria que ele pudesse olhar nos meus olhos (e entender) quando o vejo e penso que eu não poderia querer mais nada pra mim!
Que os meus desejos e minhas vontades são tão dele e tão pouco meus...
Queria que quando habitasse meus pensamentos estivesse realmente ali para senti-los
Mas se tal coisa fosse possível temo que não o encontrasse mais em carne
Queria que ele pudesse sentir no seu peito essa coisa que transborda e eu não sei nomear
Como se precisasse saber de ti para caber em mim
Que soubesse tudo que meu ser grita mas não obstante o deixa escutar
E não me importaria se visse meus tormentos, desde que pudesse compreender sua origem, e aceitar que um amor verdadeiro está em constante conflito
Assim, no final do dia, eu poderia suspirar (não em paz) e me aconchegar na certeza de que, mais em você que em mim, encontrei meu lugar.
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
insegurança.
quando você não sabe o que esperar
o que virá de alguém
quando você não sabe se está agradando
se está dizendo o certo
se palavras ajudam ou atrapalham
se demonstra ou se contém...
quando você se esforça
e mesmo assim nada fica bem
quando você não consegue relaxar
quando o medo te acompanha
ausência.
nenhuma mensagem
nenhuma ligação
nenhuma palavra
nenhuma ação
nenhum carinho
que te traga paz!
quando você não sabe o que esperar
o que virá de alguém
quando você não sabe se está agradando
se está dizendo o certo
se palavras ajudam ou atrapalham
se demonstra ou se contém...
quando você se esforça
e mesmo assim nada fica bem
quando você não consegue relaxar
quando o medo te acompanha
ausência.
nenhuma mensagem
nenhuma ligação
nenhuma palavra
nenhuma ação
nenhum carinho
que te traga paz!
sábado, 19 de novembro de 2011
Hoje vou me dar o luxo de me sentir triste
E ficar realmente triste
Vou vestir meu pijama mais velho
Vou colocar pra tocar aquelas músicas mais bregas
E ficar chorando pelos cantos da casa
Hoje vou reler mensagens que eu nunca consegui apagar
Relembrar momentos que eu nunca tentei esquecer
Vou ficar grudada no celular esperando que ele toque
Hoje vou me permitir comer todos aqueles chocolates
Mesmo que me falte o ânimo para fazê-lo
Vou amar e odiar mil vezes em pensamento
Vou prometer acordar amanhã
E esquecer tudo o que não me leva mais a lugar algum
Deixar para trás sonhos irrealizáveis
Ser mais feliz, mais independente, mais desapegada
Mas amanhã...
Pois hoje sou aquele vestido antigo, amassado
Jogado e esquecido no fundo do armário
Sou aquela ligação ignorada
Aquela mensagem lida e apagada
Aquele compromisso prometido e desmarcado
Por qualquer desculpa esfarrapada que viesse a calhar
Então hoje serei apenas eu caída
Dramaticamente triste
Imensuravelmente ferida.
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